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"O REINO DE JUDÁ – DE ABIAS A JEORÃO."

I Reis 15.1-24; 22.41-50; II Reis 8.16-24 e II Cr. caps 13 a 21.

Elaborado por Gerson Berzins (gberzins@ceoexpress.com )

Queridos irmãos e amigos, aqui estamos de novo em mais um estudo desta série sobre “A Monarquia em Israel.” Iniciamos hoje a nossa revisão do reino do Sul, o Reino de Judá, composto pelas tribos de Judá e Benjamim, que ficaram sob o governo da descendência de Davi, com o trono estabelecido em Jerusalém. O relato histórico dos 2 reinos estão intercalados nos livros dos Reis, e o período a ser coberto nesta lição nos é narrado no trecho de I Rs. cap 15 até II Rs, 8.24, e no 2o. livro das Crônicas, caps. 13 a 21.

Com a morte de Roboão seu filho Abias lhe sucedeu, em um governo curto, de 3 anos. Abias seguiu os caminhos de seu pai, e como nos relata IRs. 15.4 apenas “por amor de Davi o Senhor lhe deu uma lâmpada em Jerusalém, levantando o seu filho depois dele.” Com a morte de Abias, seu filho Asa assumiu o trono, para um governo que duraria 41 anos e marcaria a primeira das diversas restaurações espirituais que houveram no reino de Judá. O rei Asa corajosamente baniu os sodomitas do seu reino; removeu os ídolos que seu pai tinha feito; até se voltou contra a sua mãe, a tirando da sua posição de rainha, por causa da sua fragrante idolatria; Incentivado pela palavra divina, por meio do profeta Azarias, promoveu uma reafirmação do pacto de Judá com Deus. A sua avaliação espiritual não foi totalmente positiva apenas porque não conseguiu extinguir de Israel os Altos, lugares utilizados para sacrifícios. Na política externa, o reinado de Asa foi marcado por significativas atividades militares. Baasa, rei de Israel tentou limitar os movimentos de Judá. Asa se acordou com Bene-Hadade da Síria para se proteger, e em contrapartida teve que pagar tributos a Damasco. Esta busca do apoio na Síria lhe custou uma reprimenda divina, por intermédio do profeta Hanâni. Asa foi também atacado por um etíope de nome Zera, liderando um grande exército, muito superior ao de Judá, mas Judá se impôs e pode se apropriar das riquezas de Zera. Asa foi sucedido por seu filho Jeosafá, que reinaria por 25 anos em Jerusalém. Jeosafá seguiu os passos de seu pai e aprofundou a completa restauração espiritual em Israel, enviando seus príncipes e os sacerdotes por todo o reino, para ensinarem ao povo a lei do Senhor. E Deus recompensou a fidelidade de Jeosafá. A sua riqueza foi enormemente aumentada. Se tornou poderoso frente ao vizinhos, vencendo nas campanhas militares. A mais bela das suas vitórias nos é relatada no cap.20 de II Cr., quando, afrontado por uma coligação de inimigos, Jeosafá teve medo, e então buscou ao Senhor e apregoou o jejum em toda Judá. A resposta divina veio pelo profeta Jaaziel, e Jeosafá e seu exército saíram para a batalha, mas não para lutar e sim para louvar ao Senhor. A vitória veio pela intervenção divina direta, que desbaratou as tropas inimigas, deixando nas mãos de Judá um grande e rico despojo que levaram mais de 3 dias para ser saqueado. O povo continuou a louvar a Deus, no vale de Beraca, agora pela vitória dada, e com instrumentos musicais retornaram jubilosos para Jerusalém.

O temor dos vizinhos, em vista do que tinha ocorrido, desanimou qualquer outra tentativa contra Judá e Jeosafá pode ter um reinado de paz e prosperidade. Diante de Deus a nota desagradável na vida de Jeosafá ficou por conta da aliança que ele fizera com Israel. É claro que o fato da aliança com os irmãos do Norte não era reprovável, mas porque a aliança foi feita com Acabe e incluía o casamento do filho de Jeosafá com a filha de Acabe e Jezabel. Os projetos conjuntos intentados por esta aliança de Jeosafá com Acabe foram todos um fracasso, por intervenção divina: Juntos os dois reis tentaram uma ação militar contra Gileade-Ramote, que resultou na morte de Acabe e na desaprovação divina contra Jeosafá. Juntos planejaram uma grande frota marítima, sediada, como a de Salomão em Eziom-Geber. Deus mandou o profeta Eliezer anunciar a destruição dos navios, e assim ocorreu. Jeosafá foi sucedido por seu filho Jeorão. Com Jeorão, iniciou-se em Judá um dos períodos negros da história do Reino do Sul. E já sabemos porque. Era a influência maléfica da família de Acabe chegando na descendência de Davi. Assim como Jezabel tinha feito a balança pender para o mal, no reinado de Acabe, assim foi a sua filha, Atalia, com relação a Jeorão. Jeosafá, antes de morrer, deu aos seus outros filhos dádivas e riquezas, pois o trono ficaria com o primogêntio, Jeorão. Tão logo se firmou no trono, Jeorão mandou matar todos os seus irmãos, bem como outros príncipes de Judá. Além disto, “…Induziu os habitantes de Jerusalém à idolatria e impeliu Judá a prevaricar.” (IICr.21.11) O Seu governo foi um fracasso. Foi repreendido pelo profeta Elias, que lhe enviou uma carta denunciando os seus crimes e anunciando o seu fim, pois Jeorão seria vitimado por uma grave enfermidade, que faria suas entranhas saírem. Mais ainda, Deus levantou contra Jeorão e contra sua casa os filisteus e os árabes que vinham e saqueavam a família real e levavam cativos seus filhos ao ponto de apenas um deles sobrar. Como anunciado pelo profeta, o rei foi acometido da terrível moléstia, e depois de 8 anos de reinado, com a idade aproximada de 40 anos, Jeorão morreu. O relato da sua morte nos fala muito do que foi a vida deste homem, que mesmo tendo tido um exemplo grandiloquente, como o de seu pai Jeosafá, optou por abandonar a Jeová e se submeter à influência maléfica da família de sua mulher. Vejamos em II Cr. 21. 19 e 20, o que se disse da sua morte: “…e morreu desta terrível enfermidade. E o seu povo não lhe queimou aromas, como queimara a seus pais. … Morreu sem deixar de si saudades; e o sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.”

Creio que todos ficamos chocados com o gritante contraste da vida de Jeorão com a vida de seu pai, Jeosafá e de seu avô Asa. O avô se esforçou para consertar espiritualmente Judá. O pai mais do que se esforçou no mesmo sentido e o filho preferiu seguiu por um rumo diametralmente oposto. Apenas em atenção ao pacto feito com Davi, é que Deus não destruiu totalmente a família real de Judá (IICr.21.7), deixando um remanescente para permitir a continuidade da dinastia e para garantia que sempre haveria um descendente de Davi para reinar sobre Jerusalém.

A sequência dos reis de Judá vista na lição de hoje nos fala também sobre responsabilidades individuais. As escolhas são individuais, dependendo de cada um de nós. Créditos por decisões acertadas e por vidas frutíferas, ganhas por nossos antepassados não são transferíveis para nós. Somo nós, cada um de nós individualmente que tomamos as nossas decisões e encaminhamos as nossas vidas, do modo como nós achamos mais certo. O que nunca podemos deixar de considerar, à luz do que aqui temos visto sobre Jeorão, é que das nossas decisões, nós colheremos os frutos. Busquemos portanto a decisão acertada de sujeitar-se a vontade de Deus, sobretudo submetendo-nos à maravilhosa Salvação propiciada pelo sacrifício de Cristo na cruz. Este é o maior objetivo que devemos ter ao nos voltarmos ao estudo da Palavra de Deus.

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