ESTUDO NO LIVRO DE EFÉSIOS PARA O PROGRAMA “FELICIDADE COMEÇA COM FÉ” DA ESCOLA BÍBLICA DO AR
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ESTUDO NO LIVRO DE EFÉSIOS PARA O PROGRAMA “FELICIDADE COMEÇA COM FÉ” DA ESCOLA BÍBLICA DO AR

(O prof. Riolando atuou em nossos programas e nos deixou um farto material escrito, fruto da sua dedicação integral ao Senhor, com quem já está.)



CAPÍTULO 1



Saúdo os amados ouvintes do programa “Felicidade Começa com Fé” com a graça e a paz do Senhor Jesus Cristo.


Convido-os a meditarem comigo na carta do apóstolo Paulo aos Efésios, começando no capítulo 1 dos versos 1 a 6:


“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus; graça a vós outros e paz da parte de Deus, nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo”.


“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado...”


Depois de identificar-se perante a igreja de Éfeso como autor da carta, o apóstolo inicia a mensagem com uma exortação ao louvor, exortação que não é propriamente sua, mas do Espírito Santo. Ele era simplesmente a pessoa escolhida e autorizada por Deus para trazer essas palavras.


O motivo deste louvor são as bênçãos espirituais concedidas à igreja, as quais ele resume em 7, até o verso 14. Este número 7 é apenas representativo de todas as outras bênçãos que dão motivo ao louvor da glória de Deus. São bênçãos do Espírito, para a eternidade, bem diferentes das bênçãos materiais que são passageiras, apenas para esta vida terrena.


Estas bênçãos encontram-se nos Lugares Celestiais. Mas o que são os Lugares Celestiais ? Eles representam o domínio espiritual conquistado por Jesus diante de Deus, depois dele ter deixado a glória celeste e de ter vindo a este mundo onde implantou o reino de Deus. Por sua vida aqui, por sua obra, sua morte e ressurreição ele foi exaltado por Deus que o colocou à sua direita no trono, nas alturas, acima de todo nome e poderes que possam existir em todo o universo material e espiritual. Agora a sua bagagem de glória tornou-se maior do que aquela que ele tinha antes de encarnar-se (Filipenses 2:5-11; Hebreus 1:3-4; 1°Pedro 3:22).


Depois de redimidos por Cristo, Deus nos transporta para esse reino espiritual, chamado de Reino do Filho do seu Amor, de acordo com Colossenses 1:13. Jesus conhecia o valor das bênçãos contidas nesse reino e conhecia também a intenção de Deus justificar o pecador. É isto o que afirma a Escritura no Cântico do Servo em Isaías 53:11 “...o meu Servo, o Justo, com seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si”.


As parábolas do “tesouro escondido” e da “pérola de grande valor” em Mateus 13 referem-se à atitude de Jesus, de deixar a glória celeste para vir ao mundo e implantar este reino de bênçãos. E nós devemos seguir o seu exemplo, deixando tudo o que temos para entrar nesse reino. É isto que Jesus ensina em Lucas 12:32-33.


A primeira bênção mencionada no texto é a “eleição” ou “escolha”. Esta escolha é em Cristo, independente de méritos pessoais nossos ou da preferência de Deus pelos eleitos. Ele não escolhe os mais poderosos ou mais fracos, nem os mais ricos ou os mais pobres. O critério de escolha é esclarecido em João 6:44-45, onde lemos: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer... Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim”. Em outras palavras, é necessário ouvir e aprender de Deus para ir a Cristo como eleito do Pai. Mas quem ouvirá e aprenderá de Deus se não for por meio de Cristo mesmo? Ele é “Emanuel” que significa Deus conosco. Se a igreja prega a doutrina de Cristo ensinada pelos apóstolos, o plano de eleição de Deus prossegue pelo ministério da igreja nos nossos dias.


A eleição tem um objetivo estabelecido antes da mais remota eternidade. É que a igreja seja constituída de pessoas santas e irrepreensíveis perante Deus. Santo é todo aquele que foi separado para o serviço de Deus e que, portanto, deve estar separado de toda forma de mal. “Sede santos porque eu sou santo”, é o que ordena o Senhor. Irrepreensível perante Deus é todo aquele que ninguém pode acusar diante d'Ele, nem mesmo o maior inimigo, que é Satanás. Em Romanos 8:33 está escrito “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.” Por isso os santos de Deus devem ter um comportamento exemplar, isto é, uma conduta irrepreensível diante d'Ele.


Em sequência, o verso 5 fala da benção da “adoção”. Esta benção está estreitamente relacionada com a eleição pelo vínculo do amor de Deus. Tal como a eleição foi estabelecida por meio de Cristo a nosso favor, antes da fundação do mundo, foi também por meio dele que Deus nos destinou de antemão para a adoção de filhos. Daí vem a ideia de “predestinação” que, embora não traga o conceito de favorecimento para alguns em detrimento de outros, também é considerada uma benção. Eleição e adoção são atos da boa vontade de Deus feitos com muito prazer. Na realidade Deus se alegra muito em nos adotar como filhos para dar-nos a sua natureza divina. Também Ele nos dá Cristo por irmão primogênito, o mais velho, como nosso modelo de caráter. Isto é o que afirma Romanos 8:29.


O verso 6 fala da “graça que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado”. O termo graça refere-se a favores ou benefícios que não podemos alcançar por mérito nosso ou por obras que venhamos a praticar. Mas Deus no-los concede gratuitamente por meio do Filho Amado quando cremos nele. A expressão “graça que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” reflete o empenho amoroso e misericordioso de Deus Pai, do Filho e do Espírito Santo, na realização do Eterno Propósito de Redenção, em que todas estas bênçãos espirituais são aplicadas à igreja pelo Espírito Santo.


O verso 7 fala do Filho Amado, “no qual temos a redenção pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça”. A redenção e a remissão dos pecados são duas providências de Deus para nos libertar da escravidão do pecado e nos livrar da culpa e da condenação que eles acarretam.


O verso 8 continua falando da “graça que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda sabedoria e prudência”. Trata-se da sabedoria de Deus ao criar um plano de salvação tão perfeito e eficiente, e das suas providências no sentido de prover todos os meios e recursos necessários para concretizá-lo.


A glória da abundante graça de Deus que extravasou e chegou até nós, será reconhecida e louvada por toda criatura do universo, pois ela se manifesta no plano de salvação levada a cabo pelo Filho Amado, sem nós termos de pagar nada por isso.


Ao falar da abundância da graça, o verso 8 afirma também que o evangelho apresenta toda a capacidade de Deus para resolver o problema da humanidade, em oposição ao orgulho dos judeus incrédulos, dos ensinos de filósofos pagãos e dos falsos apóstolos daquela época, que propunham soluções humanas ou nenhuma solução para o problema.


Antes de comentar os versos 9 e 10 é oportuno lembrar que as expressões “beneplácito da sua vontade”, “glória da sua graça”, “riqueza da sua glória”, “sabedoria e prudência”, “beneplácito proposto em Cristo”, “louvor da sua glória”, usadas desde o verso 5 descrevem a disposição de Deus tornar disponíveis para a igreja todas as bênçãos espirituais referidas neste parágrafo.


Agora vamos ler os versos 9 e 10, que prosseguem dizendo: “...desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as cousas, tanto as do céu como as da terra...”


Aqui são reveladas as intenções de Deus, até então desconhecidas, os chamados mistérios. Pela sua boa vontade, eles já estavam propostos em Cristo desde os tempos eternos. O mistério agora revelado é que o propósito de Deus em Cristo vai além da igreja e tem alcance cósmico. Tudo será reconciliado por intermédio do Filho, tanto o universo material como o espiritual, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra (Colossenses 1:20). Cristo tem domínio sobre tudo e nada escapa ao seu controle. Ele é Criador, Mantenedor e Consumador de todas as cousas. No tempo certo, isto é, na plenitude dos tempos, tudo será esclarecido.


Nestes versos, Paulo está instruindo a igreja a respeito de certas doutrinas perigosas ensinadas por falsos mestres daqueles dias, pessoas que tentavam enganar os fiéis, afirmando ter conhecimentos secretos do universo.


Com efeito, quando esta carta foi escrita, circulava na Ásia Menor, província romana da qual Éfeso era a cidade mais importante, uma heresia que declarava haver muitos poderes espirituais em oposição a Cristo e também que havia outros mediadores entre Deus e o homem. A resposta de Paulo a estes falsos ensinos é que há somente “Um” que quer e que vai reconciliar e unificar todas as cousas deste Universo, depois do transtorno causado pelo pecado. Quem fará isso é Cristo!


Esta reconciliação começa na igreja, “onde não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos são um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28; Efésios 2:15-18). (continua)

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