O ARVOREDO DE NATAL
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O ARVOREDO DE NATAL

João chegara cedo da escola. Os professores dispensaram as turmas que já haviam completado a matéria. O clima de férias tomava conta do colégio e muitos já discutiam como seria o Natal e onde iriam passar o Ano Novo.

 

Naquela tarde João pediu ao seu pai que o ajudasse a cortar um arvoredo. “Mas para quê, meu filho? Já não temos árvores suficientes aqui em casa?” “Papai, eu queria enfeitar a minha própria árvore de Natal. Por favor, me ajude a cortá-la e a trazê-la!”

 

O pai, não querendo desencorajar o filho, pegou o seu machado, tirou a picape da garagem e foi para o mato da encosta, bem pertinho de sua casa. Ele compreendia o desejo infantil, mas não compartilhava dessa alegria. Para ele o Natal perdera todo o brilho. Ele pensava nas guerras e no sangue que escorria pelos países em litígio. Pensava nas crises humanitárias que ferviam nas manchetes de notícias. Contemplava a catástrofe da administração pública no país e as grandes dificuldades que as famílias passavam. “Neste ano não haverá Natal...”

 

A árvore era pequenina. Cabia perfeitamente na picape e ficaria bem certinha na sala de casa. Com cuidado ambos a cortaram, acomodaram e transportaram. Juntos a acomodaram perto da TV e dos quadros. “Perfeito!”, disse o Joãozinho.

 

Nos próximos dias ele tomou todos os enfeites que mamãe guardara de outros natais e comprou mais alguns com o dinheiro de sua mesada. Depois achou fotos de parentes que desde há muito não via. Colocou também os retratos de gente que já tinha partido, como seus avós paternos e os bisavós maternos. E amarrou cartões de joguinhos que achava pela sala.

 

O pai contemplava a alegria do filho e não queria estragar-lhe a festa. Mas, como educador, tinha que lhe dizer que aquilo não correspondia à realidade dos dias atuais. Chamou-o na cozinha, sentou-se e disse:

 

- “João, eu sei que você está fazendo festa com este Natal. Mas, filho, não há o que comemorar neste ano. Há guerras em várias partes, o mundo está perto de uma catástrofe, há desemprego pela cidade, o governo está nos conduzindo por um desfiladeiro e muita gente está sofrendo. Por que você ainda quer comemorar o Natal?”

 

“- Papai, o senhor se lembra quando eu fiquei doente e passei o meu aniversário no hospital? O senhor se lembra que o médico estava desanimado e que não dava esperanças de minha recuperação?”

 

“- Claro que me lembro, filho! Como foi difícil! Eu me lembro até do bolo de aniversário que comemos juntos lá no seu quarto do ambulatório!”

 

-“Então, papai, por que o senhor não deixou de comemorar o meu aniversário? Era um tempo difícil e eu poderia ter morrido!”

 

-“Meu filho, você não morreu! E se morresse eu queria ter vivido o melhor do seu lado. O seu aniversário foi mais importante do que a sua doença! Eu te amo, meu filho!”

 

-“Obrigado, papai. Mas o senhor entende que o Natal é o aniversário de nascimento de Jesus Cristo e que Ele não tem culpa do mundo estar do jeito que está? Ele nasceu e nós festejamos o aniversário dele também. O mundo está no hospital e parece que não vai longe. Mas, enquanto não acaba, eu gostaria de dizer a Jesus o tanto que eu O amo e que estou feliz por mais um ano de Sua vinda aqui!”

 

O pai, envergonhado, disse:

 

-“Você tem toda razão, Joãozinho. Eu pensei em tanta coisa, em tantas tristezas, que acabei por me esquecer do motivo do Natal. Jesus Cristo veio ao mundo! Ele é o Filho de Deus! Se não celebrarmos esse momento, o que restará? Acho que você tem razão! Vamos completar os enfeites!”

 

Pai, mãe e filho terminaram de decorar a árvore. Na noite do dia 24 eles festivamente se vestiram, se sentaram, cantaram hinos de Natal, fizeram orações, falaram entre si o quanto Jesus Cristo era importante e o quão felizes estavam com a Sua vinda. Depois trocaram presentes e foram cear com gratidão.

 

Prezado LEITOR: o mundo não está bem e as aflições aumentam e persistem. Não há motivos humanos para comemorarmos o Natal. Mas esta data não festeja a ausência de problemas, mas a vinda do Salvador da humanidade, que se fez homem e tornou-se o nosso Salvador. Portanto, a despeito de tantas dificuldades, comemoremos o nascimento de Cristo. O Filho de Deus fez-se homem para ser o nosso Salvador. Este é o melhor motivo para o Natal. Feliz Natal!

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