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A CONQUISTA DE CANAÃ – QUANTO FALTA O LÍDER (Juízes 12.8-15, 17 e 18)

INTRODUÇÃO


A época de Juízes é uma das mais conturbadas da história de Israel. Essa fase começou logo após a entrada na Terra Prometida e a morte de Josué, sucessor de Moisés, até a formação da Monarquia, através de Samuel, quando Saul foi ungido rei de Israel. Aprendemos com esse período, o quanto é imprescindível para uma nação em formação, a existência de líderes comprometidos com a obra e que possuam caráter ilibado, autoridade moral e respeito dos liderados.


Não podemos determinar o tempo que durou essa fase, mas podemos identificar dezesseis juízes ou libertadores que julgaram o povo. Nove foram grandes juízes (Otniel, Eúde, Débora, Baraque, Gideão, Jefté, Sansão, Eli e Samuel), enquanto seis foram pequenos (Sangar, Tola, Jair, Ibzã, Elom e Abdom). Provavelmente, alguns desses juízes podem ter governado simultaneamente, em regiões diferentes de Canaã e não alternadamente. O certo é que esses juízes, com exceção de Abimeleque, um usurpador, foram suscitados pelo SENHOR para suprir a carência de líderes, gerada com a morte de Josué. Sem liderança, perderam a visão correta para suas ações, se afastavam de Deus e faziam o que era reprovado pelo SENHOR. Isto porque, conforme descreve o texto áureo do estudo de hoje: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava reto” (Jz 17.6). Isto é, cada um fazia o que queria.


1 – Ibzã, Elom, Abdom – 25 anos anônimos (Jz 12.8-15).


Houve períodos, também, na época de Juízes, que aqueles que julgavam, eram pessoas que não possuíam as características de verdadeiros líderes, permitindo que Israel permanecesse no ostracismo por vinte e cinco anos. Os israelitas foram julgados, nessa época, por três dos últimos pequenos juízes: Ibzã (7), Elom (10) e Abdom (8), conforme descrição de Juízes 12.8-15. São vinte e cinco anos em que podemos afirmar, os filhos de Israel viveram como anônimos.


2 – A convivência com o pecado (Jz 17.1-13).


Noutros períodos, como o descrito em Juízes 17.1-23, encontramos líderes que, pela ignorância, levaram o povo a conviver com o pecado. A ignorância, mesmo aos que agem de boa fé, conduz ao erro. No texto encontramos Mica, um homem que agia com boas intenções, mas, que por lhe faltar conhecimento da Palavra de Deus, conduziu o povo à idolatria.


Jesus, ao ser questionado pelos saduceus quanto à ressurreição, lhes afirmou: “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29) e o apóstolo Paulo disse aos atenienses: “Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que vos anuncio” (At 17.22,23).


Como os atenienses, Mica, deixou de glorificar a Deus e se entregou a idolatria, porque não tinha conhecimento do verdadeiro Deus e afirmava: “Sei, agora, que o SENHOR me fará bem, porquanto tenho um levita por sacerdote” (Jz 17.13). Triste e lamentável situação, certamente criada porque “naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto” (Jz 17.8). E o mais grave – o levita que, teoricamente, deveria ser conhecedor da verdade, por seu ofício, pecou gravemente contra o SENHOR ao abandonar as 48 cidades designadas por Deus para o serviço levita em Israel (Js 21) e prostituir-se, como sacerdote a serviço de ídolos.


3 – A ausência de uma liderança (Jz 18.1-30).


A tribo de Dã, como todas as outras tribos, recebeu um território que devia conquistar. No entanto, deixou de buscar o poder de Deus para consumar a conquista, como lhe ordenara o SENHOR e assim, os amorreus que deviam ser expulsos, forem eles que obrigaram os filhos de Dã fugir para as montanhas e não os deixaram descer ao vale (Jz 1.34).


Agora, sem uma liderança comprometida com o SENHOR Dã capitula de vez, ao aceitar a derrota e migrar para a região montanhosa de Efraim, até chegar à casa de Mica (Jz 18.1-13), de quem, pecaminosamente, furtaram os seus ídolos e aliciaram ao levita apóstata, chamado Jônatas, que Mica fizera sacerdote de seus deuses (Jz 18.14-26). Assim, se tornaram exemplo de idolatria e impiedade.


Levando os ídolos roubados de Mica e crendo eles poderiam lhes conceder poder, acompanhado do falso sacerdote, foram até Laís, uma terra próspera, habitada por um povo pacífico e ali, após ferir aquele povo a espada, queimaram impiedosamente a cidade (Jz 18.17-30).


4 – O desrespeito ao Senhor (Jz 18.31).


Os filhos de Dã aprofundam seu afastamento dos planos de Deus. Depois de se apropriar das imagens de escultura de Mica e destruir o povo da cidade de Laís, reedificaram a cidade e lhe deram o nome de Dã e, tendo como sacerdote, Jônatas, “estabeleceram para si todos os dias que a Casa de Deus esteve em Siló” (Jz 18.31).


O afastamento dos propósitos de Deus para nossas vidas nos conduz a cada dia nos aprofundar em mais atitudes e atos ofensivos ao SENHOR. Foi o que aconteceu com os filhos de Dã, como prova de que “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7).


O abominável pecado de Dã, conduziu aquela tribo ao mais terrível desrespeito ao SENHOR, quando chama de Casa de Deus o templo oferecido às imagens de esculturas. Não poderia haver ignomínia maior.


5 – Contextualizando o texto bíblico.


Hoje, como naquele passado nebuloso, muitos ao invés de se ajustarem aos propósitos de Deus, se afastam de sua Palavra e seguem os seus próprios impulsos, como o fez Mica. Após fazer para si imagens de escultura, disse: “Sei, agora, que o SENHOR me fará bem, porquanto tenho um levita por sacerdote” (Jz 17.13). Lamentavelmente, ignorava as Escrituras. Atualmente, enfrentamos situações semelhantes, a indiferença, ao passo que o povo carece das Escrituras.


A afirmação de José Sélio de Andrade: “Os tempos modernos têm mostrado muito que, como Mica, desejam ter seus cultos particulares, sua própria igreja. Insatisfeitos com a liderança de suas congregações, com seus programas ou, ainda, com os princípios teológicos definidos por elas, instituem o seu próprio ‘sacerdócio’, nomeiam seus pastores (quando não se autoproclamam), e se tornam literalmente ‘donos’ de suas próprias igrejas, ajustando sua doutrina e prática às suas próprias conveniências” (A terra da promessa – Conquista e ocupação. Rio de Janeiro: JUERP, 2008. pag. 138).


CONCLUSÃO


Quando falta o líder há um vácuo. O povo perde a visão e cada um anda segundo aquilo que acha correto e assim, se distanciam do projeto de Deus, trazendo sobre si o sofrimento e a opressão.


O povo, na construção de uma nação santa, necessita, primordialmente, de líderes comprometidos com a Palavra de Deus e que, com autoridade e poder, vindos do SENHOR conduza o povo a santidade e obediência.


Que o SENHOR nos dê líderes comprometidos e nos conduzam no processo de proclamação do Reino de Deus em nosso tempo.

Amém!



Bibliografia:

[1] Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. 2048 p.

[2] Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. 1.728 p.

[3] Revista Escola Bíblica Dominical, 1° Trimestre de 1986. Rio de Janeiro, RJ: JUERP.

[4] ANDRADE, José Sélio de. A terra da promessa – conquista e ocupação (Josué, Juízes e Rute). Rio de Janeiro: JUERP: 2008.

[5] ALLEN, Clifton J. Comentário Bíblico Broadman. Rio de Janeiro: JUERP, 1994, v. 2. 552p.

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