Introdução:
Em primeiro lugar preciso alertar para o fato que o termo “conversão”, ao longo do tempo, tem assumido conotações diferentes. A simples mudança de religião ou de denominação tem sido chamada de conversão. Na Bíblia, conversão é uma experiência que estabelece rompimento com o pecado, com a morte, com o inferno e estabelece relacionamento de vida eterna com Deus através de Cristo. Portanto, só pode ser a conversão ao Senhor Jesus, mediante ação do Espírito Santo. O ato da conversão destrói toda a indiferença, resistência, hipocrisia e superficialidade no relacionamento com Deus.
O ato da conversão é descrito pelo apostolo Paulo como uma experiência de libertação produzida pelo Espírito do Senhor. Experiência transformadora, definitiva e irreversível com Deus.
Devo compartilhar que a conversão é fruto do arrependimento e da fé. Arrependimento de estar vivendo sem o controle de Jesus (Senhor). Essa vida sem o controle de Jesus é chamada de iniquidade em Mt 24.12 que em grego se lê “anomia”, que literalmente se lê “vida sem o controle da lei de Deus”.
É obra do Espírito Santo, convencer o homem do pecado e de sua consequente condenação. É isto que gera arrependimento para a salvação. É obra do Espírito Santo, persuadir o homem à fé em Jesus. É fé no amor e no poder de Jesus para libertar da condenação e garantir vida eterna.
Vemos então que o ato da conversão produzido pelo Espírito Santo resulta em transformação que acontece no interior, mas que se vê no exterior: “Tirarei de vocês um coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei em vocês o meu Espírito e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis”. Ez.36.26-27. É ato que produz libertação: “Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado. Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor segundo a sua imagem, estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor que é Espírito”.
Devo compartilhar ainda, que a conversão produz salvação eficaz. A condenação da qual somos libertos, é condenação real e eterna: “Porque o salário do pecado é a morte”.(Rm. 6.23)
A libertação também é real: “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra viverá e quem vive e crê em mim não morrerá eternamente”. João 11.25. Essa libertação é o rompimento das amarras do pecado e o estabelecimento de vínculos vitais com Deus. A mensagem de Jesus em João 10.27-28 diz: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão”. Jesus está falando de segurança total da salvação que Ele concede. Essa salvação é segura porque Jesus e só Jesus tem todo o poder não só de perdoar, mas de nos purificar dos nossos pecados: “O sangue de Cristo nos purifica de todo o pecado” I João 1.7 Nosso pecado representa uma dívida que temos com Deus, porém no ato da conversão, Jesus rasga o escrito da dívida: “Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida que consistia em ordenanças e que nos era contrária. Ele a removeu pregando-a na cruz”. Col 2.13-14
Compartilho também, que o ato da conversão produz regeneração. Dr. Mullins diz que o perdão, o cancelamento da dívida, a garantia da salvação no ato da conversão só acontecem porque o ato da conversão representa assumir a mesma ideia de pecado que está em Deus. Com isso o Espírito Santo desencadeia um processo glorioso que nos transforma em cidadãos dos céus para sempre. O primeiro ato desse processo é a regeneração. A regeneração é o nascer de uma nova disposição moral e espiritual no mais íntimo do nosso ser. A regeneração representa a implantação da imagem moral de Cristo em nós. Por isso Paulo disse: “Cristo vive em mim” Gal 2.20 Jesus nos deixou uma ilustração que permite fácil compreensão do que significa “Cristo vive em mim”. Jesus disse: “Eu sou a videira, vocês são os ramos. Assim como os ramos não podem dar frutos se não estiverem na videira, assim também vós se não permanecerem em mim”. João 15.4-5
A obra da regeneração transforma o nosso querer e nos permite assumir a vida de Cristo. Transforma a nossa vontade e nos permite assumir o serviço de Cristo. “Quem me serve precisa seguir-me e onde eu estiver, estará também o meu servo”. João 12.26 A obra da regeneração, também produz obediência: “Mas, graças a Deus, porque, embora vocês tenham sido escravos do pecado, passaram a obedecer de coração á forma de ensino que lhes fora transmitida”. Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se escravos da justiça. Rm 6.17
Regeneração é nascer de novo. É nascer para a vida de Deus. É tornar-se filho de Deus, membro da família de Deus. Quando isto acontece, “o próprio Espírito testemunha com o nosso espírito que somos filhos de Deus”.(Rm 8.16) No ato da conversão, estamos declarando guerra contra nossa natureza pecaminosa. Desejamos ardentemente sermos libertos do poder do pecado que opera em nós: “Não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos”. Rm 6.12
Foi nesse contexto que o Senhor Jesus nos ordenou: “Sede perfeitos como perfeito é perfeito vosso Pai que está nos céus” Mt 5.48 No mesmo contexto Paulo exortou aos filipenses: “para que venham a tornarem-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo”. Fl 2.15 No mesmo contexto ainda está toda a mensagem bíblica cobrando de nós uma vida de santificação, como em I Tess 4.3: “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados”.
Ainda preciso dizer que a obra da regeneração operada pelo Espírito Santo em nós, planta em nosso coração a certeza da libertação definitiva da presença do pecado. Isto só acontecerá no mesmo instante da nossa morte quando entraremos instantaneamente no Paraíso dos remidos. Portanto, antes mesmo de entrarmos no céu. No paraíso só nos faltará vencer os limites das amarras do tempo e de novo é Cristo quem vencerá por nós.
Se tudo isto não aconteceu, não houve conversão nem salvação e ainda estamos mortos em nossos delitos e pecados.
Se em sua experiência aconteceu a conversão, então, entendemos o que Paulo diz: “Vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês.” Rm 8.16 e ainda: “agora não há mais condenação para os que estão em Cristo Jesus”. Rm 8.1
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